Cinco anos se passaram do assassinato do jornalista Valério Luiz de Oliveira, aos 49 anos, em Goiânia.
Pai da vítima, o também cronista esportivo Manoel de Oliveira, conhecido como Mané de Oliveira , diz que a cena do homicídio não sai da cabeça dele e cobra que o caso seja julgado.
Os cinco acusados de cometer o crime respondem ao processo em liberdade. Entre eles está o atual presidente do Atlético Clube Goianiense, Maurício Sampaio, que nega ser o mandante.
"Quando você perde uma pessoa nas circunstâncias que nós perdemos o Valério, a dor não acaba, ela é eterna. O que mais aumenta, nos alivia, é a punição daqueles que o mataram. Nosso sonho, nossa luta é que tenhamos justiça, que marque o júri popular, ninguém tem dúvida em respeito à culpa", revelou Mané, que atualmente é deputado estadual pelo PSDB.
Valério Luiz foi assassinado no dia 5 de julho de 2012, quando saía da rádio em que trabalhava, a Rádio Jornal 820-AM, no Setor Serrinha, em Goiânia. Um motociclista se aproximou dele e disparou seis vezes.
Comentarista esportivo há 50 anos, Mané conta que já foi agredido por causa de suas opiniões, mas não imaginava que fosse perder o filho por causa do jornalismo esportivo. Ele se recorda do choque que teve ao ver Valério morto.
“A cena do pé dele pendurado com um tênis azul é a imagem que tenho na minha cabeça. Toda vez que eu falo do tênis azul, não tem como eu não me emocionar e não sentir a dor que eu senti ao ver um filho meu morto”, desabafou.
Mané se orgulha do respeito profissional que o filho possuía e considera que ele “ensinou muita gente a fazer jornalismo”. “O Valério era super correto, não mudava sua opinião por nada. A opinião dele era a dele, se tivesse errado, falava. E de muita competência. Quando você fala verdades para quem não quer ouvir, dói demais. É por isso que ele foi assassinado, todas as verdades que ele dizia na sua profissão eram verdades, e ele perdeu a vida por isso”, afirma.
Fonte: G1 Goiás (com adaptações)